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TOP 2O – Os melhores da década (05 ao 01)

31 de dezembro de 2010

boa tarde, nas últimas horas desta década, trago para vocês a conclusão do Top 20 – Melhores da década com
os cinco melhores filmes realizados nos últimos 10 anos, aqueles que por sua equipe técnica e maestria na direção trouxeram para o cinema peças que enriqueceram sua história e mercem entrar para a lista de qualquer apaixonado pela sétima arte. vamos à eles.

05 : There will be Blood (Sangue Negro) – (2007) – Paul Thomas Anderson


Paul Thomas Anderson ficou conhecido no mundo pela qualidade em suas obras, se este top 20 não fosse restrito apenas à esta década, poderiamos incluir Magnólia de 1999 na lista fácilmente, seja pelo primoso trabalho do elenco, pelo enredo complexo, pela direção fantástica, ou apenas por sua singularidade, mas estamos falando de “There Will be Blood”. Daniel Day Lewis (The Ballad of Jack & Rose, Gangs of New York) é Daniel Plainview, um homem que se torna rico ao descobrir petróleo, e junto de seu filho adotivo resolve que não é o suficiente. Obstinado a conquistar todos os poços de petróleo que um homem pode ter, Daniel encontra apenas um obstáculo, Eli (Paul Dano – Little Miss Sunshine, Fast Food Nation) um jovem pastor que é dono das terras que faltam para que Daniel tenha total controle dos poços de petróleo norte americanos. Entramos então numa rixa enorme que traz à tona a ganância e a busca por poder que está no âmago do ser humano. Com uma fotografia, ambientação e figurino impecável, só resta a Day lewis e Dano comandarem o espetáculo com a suas atuações primorosas ao lado da direção de Thomas Anderson, atuação que rendeu a Day lewis o oscar de melhor ator em 2007.

04: Atonement (Desejo & Reparação) – (2007) – Joe Wright


Crianças falam as coisas sem pudor, sem medo, e sem delongas. Que elas são verdadeiras no que dizem é fato, porém nem sempre elas sabem de todos os fatos que envolvem sua afirmativa. Briony Tallis (Saoirse Ronan) é uma menina de 13 anos extremamente inventiva, criativa e inteligente, que está escrevendo sua primeira peça para presentear seu irmão que está chegando para encontrar a família na casa de verão no dia mais quente do ano. Todos estão presentes, sua tia, seus primos, sua irma Cecille Tallis (Keira Knightley – Pirates of Carribean, Domino) e até o filho da governanta, o jovem Robbie Turner (James Mcavoy – Wanted, The last Station) que morre de amores por Cecille. Tudo parece certo até que Briony acusa Robbie e Cecille de algo que eles não são culpados e isso irá mudar eternamente a vida dos três envolvidos. Dirigido por Joe Wright, Atonement é de uma beleza ímpar, a trilha sonora, casando com os efeitos sonoros executados durante o filme, evocam uma atmosfera única, que embala o deprimente desfecho dessa história desgraçada pelas palavras de uma criança. Detalhe para os figurinos e ambientações maravilhosas que enchem os olhos. Baseado no livro homônimo de Ian McEvan, e adaptado para as telas por Christopher Hampton, Atonement chega a ultrapassar as emoções expressas no livro, que nem mesmo McEvan poderia calcular. Acusado de ter um ritmo extremamente lento, Atonement prova que tem o ritmo perfeito para acompanhar sua narrativa, dando ênfase aos grandes planos e takes demorados que permitem ao espectador apreciar todo o trabalho de arte criado pela fantástica equipe técnica. Se o desfecho de Romeu e Julieta lhe soou trágico, Atonement irá lhe surpreender.

03: A Single Man (Direito de Amar) – (2010) – Tom Ford

Como seria acompanhar o dia mais decisivo na vida de um homem por seus próprios Olhos? Colin Firth (Dorian Gray, Genova) é George, um professor que vive sozinho em sua enorme casa de vidro após a perda de seu companheiro e seus dois cachorros em um terrível acidente de carro. Sem seus alicerces, george busca apoio em sua Amiga Charley (Julian Moore – Boogie Nights, Hannibal) uma linda mulher abandonada por seu filho e seu marido em uma maravilhosa casa. Os dois parecem perdidos, mas Charley está mais acomodada de George. Ele não suporta mais, ele não dá mais conta e não consegue ver em sua frente nada que o faça seguir adiante, e hoje é o dia em que ele vai decidir o rumo de sua vida. Somos então levados por Tom ford, estilista e diretor estreante ao dia mais importante da vida de George por seus próprios olhos. A delicadeza do filme se deve totalmente ao fato da fotografia acompanhar as emoções sentidas por George. Adaptando muito bem o livro de Christopher Isherwood, Tom Ford consegue se firmar no cinema com sua primeira peça, um filme extremamente visual que como já disse antes , deve ser sentido.

02: Inception (A Origem) – (2010) – Christopher Nolan

Christopher Nolan sempre foi impecável, seus roteiros sempre foram redondos, com um final surpreendente de forma que nem mesmo Shyamalan foi capaz de recriar depois de seu sucesso em Sexto Sentido, mas Inception leva Nolan a um nível completamente diferente. O filme retrata a história de extratores de sonhos, pessoas que conseguem acessar a mente de alguém dormindo, retirar um objeto, uma informação ou uma idéia, sem que a pessoa perceba o que está acontecendo. Tudo muda quando o grupo então é confrontado a inserir uma idéia na mente de alguém. Cobb (Leonardo DiCaprio – Shutter Island, The Beach) aceita relutante e leva seu grupo dentro da mente de um homem, levando consigo suas imperfeições, seus medos, colocando o grupo inteiro em risco. Nolan consegue o praticamente impossível, tornar um filme de ação, um blockbuster, em um filme com um conteúdo extremamente profundo, com uma mensagem por trás de cada cena, e um visual de encher a mente. Com um final tão supreendente quanto The Prestige do mesmo diretor, Inception é redondo, perfeito, sem falhas, sem pontas soltas e com um roteiro que se sustenta, seja por sua perfeição, seja pela direção, ou pela atmosfera dos sonhos tão bem criada e explicada durante o filme. Você pode terminar o filme com algumas dúvidas, pois este filme é um daqueles que você não pode sequer piscar, mas todas as respostas estão ali, é só ver atentamente e prestar atenção em cada diálogo, memorável peça cinematográfica, que com certeza levará para casa alguns oscars entre outros premios, pois o mundo já aprovou, Inception é Genial.

01: The Fall (Dublê de Anjo) – (2007) – Tarsem

Fica difícil falar de um filme quando ele é tão perfeito que tudo que for escrito soa insuficiente. Dois enfermos acabam cruzando suas vidas em um hospital quando tudo parece extremamente entediante. Alexandria (Catinca Untaru)é uma menina de nove anos que por acaso acaba entrando no quarto de Roy (Lee Pace – The White Countess) , um dublê que se acidentou em seu último trabalho. Roy, para entreter a garota, e tirá-la da atmosfera morinbunda que os cerca, resolve contar uma história fantástica que toma vida na mente da garota, e nos leva para um universo nunca antes imaginado. Tarsem já havia se tornado conhecido por seu visual impecável em A cela, filme de estréia de 1999 com Jennifer Lopez, porém é em The Fall que ele enriquece sua técnica. Fotografia, figurino, trilha sonora, ambientação, efeitos especiais, efeitos sonoros, atuação, enredo, direção de elenco, o filme é simplesmente impecávelm em todos os quesitos, e lembram aos amantes do cinema o que é fazer cinema por cinema, e traz à superfície toda a magia que envolve o “trabalhar no cinema” filme impecável, único e inesquecível, de longe, o melhor  já feito nos últimos 10 anos.

é isso, mais uma década de inicia, e que outras obras tão boas quanto essas 20 aqui descritas apareçam, um feliz ano novo à todos, e principalmente para o cinema!

Thales de Mendonça

TOP 20 – Melhores da Década (10 ao 06)

17 de dezembro de 2010

Bom dia, e vamos continuar com nossa pequena maratona, listando agora os filmes que ocupam do 10º ao 6º lugar. Tenho recebido comentários interessantes à respeito da lista, é a proposta é essa, se vocês não concordam com o que está escrito, sintam-se à vontade para dizer, vamos lá.

10: Kill Bill Vol. 1-2 (2003- 2004) – Quentin Tarantino

Quentin Tarantino é o tipo de diretor que você ou ama intensamente, ou não gosta, mas ninguém pode reclamar da qualidade e genialidade de seus filmes. Seu filme de estréia tem um roteiro tão bem criado que impressionou o mundo inteiro com a história de um grupo de assassinos dentro de um galpão. Reservoir Dogs ainda é considerado o melhor dele, mas infelizmente não faz parte desta década. Muitos vão lembrar de Inglorious Basterds e sua qualidade, porém Kill Bill é o filme em que ele conseguiu juntar elementos sem virar uma farofa horrorosa. Quentin sempre foi fã dos filmes de Kurosawa, das animações japonesas, dos quadrinhos, dos gansters, do texas, dos filmes de kung fu, das mulheres e da Uma Thurman. Kill Bill é uma mistura de tudo isso, com uma história de vingança sobre um acontecimento tão intenso que não tem como você não odiar Bill. Ele pegou seu grupo de assassinos e invadiu um casamento, matou os 8 presentes, e deixou a noiva em coma, mesmo ela estando grávida. Ela (Uma Thurman – Pulp Fiction, Batman & Robin), a noiva, acorda anos depois em um hospital, sem sua filha e sem sua vida, e resolve ir atrás de todos aqueles que destruiram sua felicidade, e atrás de Bill. Exatamente por ser um Tarantino, a direção é fantástica, seja pelos planos saídos diretamente dos quadrinhos, seja por seus diálogos que o tornou reconhecido, seja pela trilha sonora extremamente bem selecionada ou pelas cenas de luta de tirar o fôlego que são um Ode aos filmes do gênero, Kill Bill é um prato cheio pra quem gosta de cinema.

9: Wall-E (2008) – Andrew Stanton

Alguns podem estranhar uma animação no meio de tantos filmes, até pensei primeiramente em listar as 20 melhores animações da década, já que Valsa com Bashir, Persépolis, Up, Tekkonkinkreet, entre outras, também merecem seu espaço, mas Wall-E, diferente de todas essas merce sim, estar entre os 10 melhores FILMES da década.
Depois que o Planeta terra virou um enorme amontoado de lixo, os seres humanos resolveram partir para uma enorme nave-colônia e deixar pequenos robôs de limpeza compactando e empilhando o lixo da terra. Aos poucos, os robôs vão estragando suas peças e perdendo sua funcionalidade, menos um deles. Da marca Wall-E , este pequeno robô aprendeu que quando suas peças quebram, ele pode trocá-las por outras que estejam funcionando, e sozinho ele continua seu trabalho em empilhar o lixo da terra, não totalmente sozinho, ele está acompanhado de uma pequena baratinha companheira.
A vida do pequeno robô muda quando EVE, uma máquina de reconhecimento desce no planeta terra para uma missão ainda desconhecida. Wall-E então se apaixona perdidamente por ela, e está disposto a abandonar sua vida e rumar para o espaço para estar com ela. A história parece simples, um tanto quanto clichê, isso se ela não tivesse praticamente nenhuma fala. Os robôs emitem sons e tem pequenos traços de expressão que conduzem a matiz do filme inteiro, trazendo à tona os sentimentos mais primitivos de afeição e carinho dos expectadores. A trilha sonora, casada com os rúidos emitidos pelos vários robôs que aparecem durante o filme casam com perfeição e trilham um caminho cheio de sucesso de uma animação delicada e que precisa ser sentida. Não existem palavras que definam este filme tão bem quanto os olhos sonhadores de Wall-E e seu sussurro mecânico chamando por sua amada.

8: Little Miss Sunshine (Pequena Miss Sunshine) –  (2006) – Jonathan Dayton, Valerie Faris

Se existe uma família de desajustados extremamente real, é a familia de Little Miss Sunshine. O pai, Richard (Greg Kinnear – W were Soldiers), é um derrotado que dá palestras sobre como ser um vencedor.  A mãe, Sheryl ( Toni Collete – The sixt Sense), uma professora sofrida que não tem força de vontade nem para largar o vício do cigarro, que o marido considera vício de derrotados. O Filho mais velho, Dwayne (Paul Dano – There Will be Blood), é um garoto problemático que como sempre se sente na família errada e tem como único objetivo passar na escola de aviação e por isso, fez um voto de silêncio. O Patriarca, Edwin (Alan Arkin – Blank) é um viciado em heroína que só tem olhos para sua neta, Olive (Abigail Breslin – Sign), uma menina que foge dos padrões de beleza norte americano, mas que quer imensamente participar do concurso Little miss Sunshine, um concurso de beleza para pequenas misses. O tio, Frank (Steve Carrel – 40 Year Old Virgin) é um professor homossexual que estava internado por ter tentado suicídio, e recebe alta quando a família recebe a notícia de que a ganhadora do concurso está impossibilitada de ir e Olive é a segunda colocada, e deve ir no lugar. A família então resolve levar a menina, mas todos devem ir juntos, dentro da velha Kombi e então toda a complexidade dos personagens vem à tona. Enclausurados dentro do veículo, cruzando o estado, a família tenta interagir, tenta se mostrar família, como nunca foram antes, pela felicidade da pequena garota, e os problemas e conflitos surgem como é normal acontecer em toda reunião de família. Little Miss Sunshine é um ensinamento sobre o ser família. À medida que acompanhamos os Hoover em sua jornada, vemos neles, os membros da nossa família, com um roteiro maravilhoso dirigido fantasticamente por Dayton e Faris. é quando eles crescem como pessoas que eles crescem como família e só crescem como família pois expõem suas diferenças, diferenças essas que os fazem personagem tão especiais. Em dado momento do filme, Richard vira para todos e diz “ok, por favor, finjam ser normais” pois é isso que o filme quer transmitir, seja normal na frente dos outros, se quiser, mas com a sua família você deve ser quem quiser, nem que que seja uma pequena miss sunshine.

7: Irréversible (Irreversível) – (2002) – Gaspar Noé

O tempo arruína tudo. Com essa premissa, Noé nos transporta por uma jornada por uma noite de três amigos. Forte, impactante e extremamente denso, Irreversível é um filme que nos deixa com a sensação de que a vida é ordinária e que um simples acontecimento, com o tempo pode levar tudo à ruína. A fotografia, crua, escura, a câmera frenética e precisa, focando aquilo que é necessário, acompanhando os movimentos da noite, nos transporta para o drama de três pessoas que são meros fantoches do tempo. Irreversível tem um nível de crueldade e violência que alguns julgam desnecessária, mas não passa de um nível de realidade, inteiramente necessário para firmar a narrativa, ele deve ser assistido pois é cinema arte, tão cruel e realista quanto Claudio Assis e seu Baixio das Bestas. O tempo arruína tudo, e é irreversível.Grave isso em sua retina com as cenas deste filme que causa asco e fascinação.

6: Where the Wild Things Are (Onde vivem os Monstros) – (2009) – Spike Jonze

“Existe um dentro de todos nós”. Max é um garoto extremamente inventivo, como qualquer outra criança. Quando sua mãe coloca ele de castigo por destruir o quarto da sua irmã, que não lhe deu atenção por ser pequeno demais, max resolve então fazer birra e chamar atenção. Quando confrontado pela autoridade de sua mãe, max foge e com um pequeno barco, atravessa para um mundo onde se torna rei de vários monstros, cada um com características específicas, todas elas pequenas facetas do próprio Max. Como rei ele deve comandar esses monstros e mostrar para eles o que se deve ou não fazer, e é claro, controlar seus ímpetos pois neste mundo, ele não é a criança, ele é o chefe de todas elas. No momento em que max (Max Records) desce no mundo criado nos livros por Maurice Sendak, descemos juntos dentro da nossa infância. Assim como o livro, o filme é atemporal, e lida com fatores da personalidade  que todos que cresceram e amadureceram tiveram com que lidar, na medida que max aprende, reaprendemos lições básicas, porém profundas, que só causa o efeito desejado pois Spike Jonze soube como ninguém conduzir essa história. Com uma trilha sonora toda feita por crianças e a mulher do diretor, risos, gritaria e algazarra embalam as brincadeiras e lições passadas no filme. Duas vezes tendo seu lançamento adiado pelo estúdio, Were the Wild things Are quase não foi aos cinemas, pois foi taxado de “filme sobre uma criança estranha para adultos que foram crianças estranhas”. De fato, o filme não é tanto para as crianças, essas se deliciarão com as brincadeiras e as lições, porém a viagem vale mais para aqueles que há muito haviam esquecido como é ser criança.

Impossível agradar à gregos e troianos, porém acredito que cada filme aqui presente merece seu posto.
Por estar viajando posso demorar para trazer os primeiros cinco filmes do top 20 – melhores da década por Thales de
Mendonça.

Até a próxima.


TOP 20 – Melhores da Década – (15 ao 11)

16 de dezembro de 2010

Continuando com nossa trajetória pelo mundo do cinema, venho listar aqui mais cinco filmes do nosso TOP 20 – Melhores da década, dessa vez listarei do 15º ao 11º filme, sem mais delongas, vamos à eles.

15: La Mala Educación (Má educação) – (2004) – Pedro Almodòvar

Simplesmente o melhor almodòvar. Apesar do grande público considerar “Hable con ella” a melhor peça, La Mala Educacíon tem o melhor que o diretor já pode extrair de si, o humor rápido, os diálogos dinâmicos, o roteiro complexo e bem amarrado, a atuação maestral de Gael Garcia Bernal (Y tu mama tambén, Amores Perros) e é claro, as cores e ambientações de almodóvar. O diretor consegue distribuir neste trabalho tudo aquilo pelo qual se tornou famoso no mundo e nos contar a instigante história que até hoje não foi confirmada se trata-se ou não, de passagens de sua própria vida.  Criticando a Igreja e os colégios tradicionais com sutileza, Almodóvar conta a história de dois meninos que estudam em um colégio católico dos anos 60 e conhecem juntos o amor e o medo nas mãos do Padre Manolo, e 30 anos depois acabam cruzando suas vidas novamente. Brincando com a metafilmagem, a trama de almodóvar, com ajuda da direção de arte de Antxón Gómez, o figurino de Paco Delgado e Jean-Paul Gaultier,  se enrosca e enrosca o espectador junto, deixando você fascinado e confuso, e o final vale a história.

14: 3:10 To Yuma (Os Indomáveis) – (2007) – James Mangold

Um homem de família, um bandido, um trem, e um Western tão bom quanto os feitos antigamente por Sergio Leone. Christian Bale (American Psycho, Equilibrium) é Dan Evans, um homem ferido nas guerras do sul que tem uma dívida com o chefe da cidade. Quando seu celeiro é queimado e sua família é ameaçada, Dan sente que em breve terá que tomar uma decisão, e é quando o bando de Ben wade (Russel Crowe – Gladiator, State of Play), o bandido mais procurado por aquelas bandas aparece. Por obras do destino, Ben Wade acaba sendo caputrado e eles precisam de bons homens que o escoltem até o trem das 3:10 do dia seguinte, que parte para a Prisão de Yuma, e é então que Dan vê a oportunidade de salvar sua família de sua dívida e se dispõe a levá-lo. Com o bando na cola deles, os indíos dominando as terras em volta, e a presença do próprio Ben Wade no meio do grupo, a missão parece estar fadada a dar errado, mas é aí que ela vence. A relação do bom homem e do bandido malvado é dirigida com maestria por James Mangold e conduzida com uma beleza ímpar por Bale e Crowe. Crowe é Ben Wade, seu olhar e sua pistola fascinam, a mais rápida e fatal do oeste. Bale com seu olhar e suas falas perfeitamente pausadas, passam um desespero que só um pai de família na beira do abismo seria capaz de passar, ele precisa salvar sua família, sua dignidade, e provar para seu filho, que sorrateiramente acabou fazendo parte da escolta, que ele não é o homem fraco e submisso que o menino acha que é. Uma história linda, numa ambientação fantástica, trilha sonora perfeita e cenas de ações de tirar o fôlego. 3:10 to Yuma é como todos os Westerns deveriam ser.

13: Antichrist (Anticristo) – (2009) – Lars Von Trier

Um casal transa enquanto seu bebê acidentalmente cai da janela do apartamento.  Devastados, a mãe e o pai (no filme chamados apenas de she e he, interpretados por Charlotte Gainsbourg – The science of sleep, e Williem Dafoe – The Boondock Saints) tentam superar o trauma juntos. Ele, psicólogo, percebe que ela não está conseguindo superar a culpa e decide tratá-la. Instigando ela a expor seus medos, ele acaba trazendo à tona o pavor dela por  uma cabana na floresta que é propriedade do casal e ele decide levá-la até lá, e na cabana que o filme realmente começa.  É no meio da floresta, em contato com a natureza, isolados do mundo, que ela começa a externar seus medos, suas aflições, sua culpa e sua angústia, e Lars von trier consegue jogar na tela esse turbilhão de sentimentos em cenas que causaram controvérsias no mundo inteiro. Em sua primeira exibição, metade dos espectadores saíram dizendo que era a maior merda já feita no cinema enquanto a outra metade aplaudiu como a obra de arte que Antichrist é. Charlotte tem um semblante introspectivo que muda para o caótico em questão de poucas cenas, no momento em que ela pisa na grama e olha a a cabana, sua crise atinge outro nível, sua atuação choca tanto quanto as cenas apresentadas no filme, e Dafoe não fica para trás, asissta, aplauda ou se odeie eternamente por ter assistido, Antichrist será sempre uma obra que causará um turbilhão tão grande de emoções e sentimentos, que fica difícil chegar uma conclusão clara no final de sua exibição.

12 : No Country for old men (Onde os Fracos não tem vez) – (2007) – Joel & Ethan Cohen


 

Baseado no romance escrito Cormac McCarthy, No Country for old men é um filme denso e realmente não é para fracos. O veterano do vietnam Llewelyn Moss (Josh Brolin – Milk, Honah Hex) está no deserto quando se depara com uma verdadeira chacina e junto dela, uma mala de heroína e uma com dois milhões de dólares. Pegando a mala de dinheiro para si, Llewelyn não sabia que iria colocar em sua cola, o assassino Anton Chigurh (Javier Bardem – Goya´s Ghosts, Carne trêmula), silencioso, cruel e obstinado, munido de uma arma um tanto incomum, Anton não irá parar enquanto não reaver o dinheiro e eliminar qualquer impecilho em seu caminho. A chacina e os demais corpos que vão surgindo por onde Anton passa, chama a atenção do xerife prestes a se aposentar Ed Tom Bell (Tommy Lee Jhones – Natural Born Killers, MIB I & II) que também está no encalço de Llewelyn. Indicado a 8 oscars, e vencedor de 4, incluindo o de melhor filme, No country for old men é extremamente angustiante e mantém o espectador apreensivo durante toda sua duração. Os irmãos Cohen, reconhecidos mundialmente pela qualidade em seu trabalho, não deixam a desejar neste filme impressionante, seja por seus personagens extremamente reais, seja pela atmosfera que os cerca.

 

11: Låt den rätte komma in (Deixe ela Entrar) – (2008) – Tomas Alfredson

Esqueça os que brilham, ou os que são caçadores de sua própria raça, Låt den rätte komma in é o melhor filme de vampiro da década sem sombra de dúvida. Insipirado no romance homônimo escrito pelo próprio roteirista do filme, John Ajvide Lindqvist, o filme foi delicadamente construido, desde a escolha do elenco, que para selecionar os duas crianças principais demorou cerca de um ano e meio, até a seleção das cores das vestimentas utilizadas por cada personagem. O texto, muito ambíguo e cheio de metáforas é um dos roteiros mais bem adaptados dos últimos anos. A história narra a relação entre duas crianças nos subúrbios de Stocolmo em meados dos anos 80. Oskar (Kare Hedebrant) é um menino introspectivo, calado, inteligente e que sofre Bullying em sua escola. Sem amigos, Oskar passa a maior parte dos seu dia no parque congelado pela neve em frente de casa, e é neste mesmo parque que ele conhece Eli (Lina Leanderson), e automaticamente viram amigos. Eli é um personagem extremamente misterioso, vive sozinho com seu pai e só sai à noite, é pálido, mas nada fora do normal já que estamos falando da Suécia.  A relação construida pelos dois é extremamente delicada e frágil, mas que aos poucos vai se consolidando, principalmente depois que Oskar descobre que está se tornando amigo de um vampiro.  Ganhando 52 prêmios em festivais e um contrato para um remake norte americano antes mesmo de lançar oficialmente nos cinemas da própria Suécia, Tomas impressionou o mundo com sua película. Diferente da carnificina explícita que estamos acostumados a encontrar nos filmes do gênero, este é singular em suas cenas que não mostram mais do que o necessário. O pânico e o pavor se dá exatamente por tudo aquilo que não se consegue ver, e Tomas se aproveita do fato de que o que imaginamos é sempre pior do que realmente está acontecendo para gravar na nossa mente cenas que soam, pelo menos pelos barulhos, horripilantes.

 

That´s all Folks!

por hoje, é claro.
Logo chegaremos a segunda etapa do Top 20 e entraremos nos 10 primeiros melhores da década.

 

Thales de Mendonça.

TOP 20 – Melhores da Década – (20 ao 16)

15 de dezembro de 2010

O cinema nada mais é do que uma enorme célula que nos últimos 100 anos se reinventa e se transforma acompanhando a história, a política, e a mente da sociedade. Dentre os zilhões de filmes que existem pelo mundo, sempre existem aqueles que se destacam e se tornam memoráveis, filmes que exigem daqueles que o fazem, um trabalho hercúleo para que em um minuto de falas e gestos, pessoas possam se comover e absorver a mensagem que eles querem transmitir.

Alguns trabalhos, quando avaliados, seja por sua singularidade técnica, seja por sua delicadeza, acabam sendo considerados os “melhores”, de seu gênero, de seu país, ou do ano em que foi lançado.
Como uma Maneira de prestigiar aqueles que se destacaram nos últimos dez anos, farei aqui uma lista dos 20 Melhores filmes da Década (2000 – 2010). Na lista abaixo teremos um compilado dos 5 últimos filmes da lista de filmes que, mesmo nem todos terem chegado ao conhecimento do grande público, causaram fascinação nos amantes da sétima arte, ou pelo menos em mim.

20 : Hard Candy (Menina má Ponto Com) – 2005 – David Slate

Quando pensei nesta lista, sabia que Hard Candy definitivamente deveria estar nela. O filme veio para o Brasil com um nome ridículo, com uma proposta de filme de terror (os posters vinculados lembravam muito “medopontocom” assim como o nome) e ficando pouquíssimo tempo nas salas de cinema.

Hayley Stark (Ellen Page – Whip it, Juno) tem um caso virtual com “lensman32” , a identidade secreta de Jeff Kohlver (Patrick Wilson – Watchmen, Little Children) , um fotógrafo de 32 anos que mora sozinho em sua casa-estúdio.
Hayley, de 14, propõe um encontro e Jeff resolve aceitar, mas as intenções da menina são completamente distoantes das de Jeff.
A fotografia é o grande dierencial do filme. Os planos parados se casam com as cenas movimentadas graças à fantástica fotografia do filme, que trabalha com cores que definem bem a tensão e as emoções presentes em cena. A frieza dos personagens é claramente marcada pelo branco e cinza e a luz baixa que vem por detrás das persianas, meticulosamente fechadas para esconder o que se passa dentro da casa.  Brian Nelson criou um roteiro fantástico, que te mantém preso na tela e suando frio a cada passar dos minutos. O filme decorre inteiramente dentro da casa e roteiro sustenta seu único cenário como poucos fizeram. Ellen Page está fantástica em seu papel, uma Anita de Manoel Carlos, sensual, delicada e cruel, a comparação chega a ser pouco pois Hayley é muito mais cruel do que Anita jamais foi. Patrick Wilson dispensa comentários,  sua atuação é perfeita, não se consegue extrair nada de sua face, não se sabe se ele está mentindo ou falando verdade, se é uma vítima da situação ou se está pagando por seus pecados.

 

19 : Jarhead (Soldado Anônimo) – 2005 – Sam Mendes


Jarhead traz para as telas a história de Anthony Swofford (Jake Gylenhall – Donnie Darko, Brokeback Mountain), um jovem norte americano que se alista no exército e passa pelo treinamento de fuzileiro e vai para a Guerra no Kwait, em 1991. O filme é um dos poucos filmes de guerra que não temos mortes ou cenas épicas de trocas de tiro, e esse é seu grande diferencial. Em 1991, o exército americano foi ao Kwait e acabou não fazendo nada, para generalizar as coisas, e seus soldados voltaram para casa sem dar um único tiro, e é sobre isso que o filme trata, sobre a lavagem cerebral que os jovens americanos sofrem para se tornar fuzileiro e sedentos por guerra retornam à sua antiga vida completamente deslocados. A cada chamado para batalha, a cada momento de brincadeira, ficamos aguardando um ataque, um tiroteiro, algo que mude o marasmo do acampamento, marasmo este que deixa Anthony louco, e nós também. O suspense e a espera pelo sangue na tela que parece ser iminente nos deixa aflitos durante o decorrer do filme inteiro. Alguns podem citar “Guerra ao Terror” o mais novo filme de Katherin Bigelow, como tendo o mesmo viés, mas Guerra ao Terror não soa tão genial quando já se assistiu Jarhead.

18: Le scaphandre et le papillon (O escafândro e a Borboleta) – 2007 – Julian Schnabel

Esta obra de arte que adapta o livro do Jornalista e ex editor da Elle Francesa Jean-Dominique Bauby (Matthew Almaric – Quantum of Solace, Munich) é tipo de filme que só os franceses conseguiriam fazer, com sua pelicula cheia de sentimento . Jean-Do, como é chamado, sofre um derrame subitamente enquanto passeava com seu filho em seu carro conversível. Levado para um Hospital, Jean-Do descobre que está paralisado porém seus órgãos continuam funcionando, mas ele só pode mexer seus olhos. Com a ajuda de uma fonoaudiologista que tem como propósito criar uma maneira para que ele possa se comunicar com o mundo, Jean-Do aprende o alfabeto dos olhos, alfabeto que consiste em piscar o olho duas vezes quando a pessoa pronunciar a palavra que a pessoa deseja. Pode parecer um processo complexo de início, mas é com estes pequenos movimentos com o olho que ele escreve seu livro. O diretor Julian Schnabel consegue nos colocar dentro do escafandro em que Jean-Do vive, quando coloca sua câmera como a visão limitada e borrada do único olho bom do paciente, somos então obrigados a nos sentir enclausurados, mas assim como o protagonista e sua mente borboleta, transpomos a câmera e vamos além, sendo levados para longe do quarto do hospital.

17: Milk (2008) -Gus Van Sant

Como se Sean Penn (Mystic River, I am Sam) já não fosse motivo suficiente para assistir a um filme, temos Gus Van Sant (Good will Hunting , Finding Forrester) como diretor deste filme que emociona, sobre a tragetória de um homem que em apenas oito anos, mudou a história política dos Estados Unidos, Harvey Milk. Gus já havia provado sua qualidade como diretor em seus filmes anteriores, mas é com Milk que ele mostra todo seu potencial. O roteiro que traz para as telas as fitas da trajetória de Harvey Milk, a mescla os fatos reais e os romanceados e a direção de elenco que nos transporta de volta para aquela época, é um trabalho que simplesmente não pode ser ignorado.

16:  Requiem For a Dream (Réquiem para um Sonho) – (2000) – Darren Aronofsky

Ainda estudado e Muito discutido em alguns cursos de cinema, Requiem relata a história de quatro pessoas, e seus vícios e a estrada para o fundo do poço. Se você achou Trainspotting de Danny Boyle um filme difícil de se assistir, saiba que este é pior. A trajetória dos personagens nos leva por experiências extremamente degradantes, a fotografia, a dinâmica da câmera e a pesada trilha sonora, constroem um filme que dificilmente será esquecido por aqueles que o assistiram. Aronofsky criou tantas simbologias e montou o filme de forma tão peculiar, que as metáforas brotam na frente da tela. Atenção especial para a atuação de Ellen Burstyn, que concorreu ao Oscar de Melhor Atriz em 2001 por este filme. O choque entre a ilusão causada pelo vício e a realidade nunca foi tão bem descrito como no roteiro escrito por Hubert Selby Jr, baseado em seu livro homônimo.

 

Em breve os próximos 5 filmes.

Abraços!

Thales de Mendonça

 

 

VIDE[O]VIDA nas ruas já!

2 de outubro de 2010

A dinâmica da oficina VIDE[O]VIDA ministrada pela Cellula já esta engatilhada, trata-se um projeto de formação no qual ensinaremos a formatar uma idéia em roteiro, estimular o imaginário dos jovens de ensino médio e, construir em coletivo uma manifestação de videoarte.

Dividimos a os alunos em duplas e trios, e provocamos o pensamento crítico para criarem uma idéia simples  e desenvolverem um roteiro de tema livre. O grupo decide qual roteiro se identifica mais, e debatemos a viabilidade de gravação. As funções da ficha técnica são de acordo com o perfil de cada participante e as filmagens ocorrerão em novembro, a equipe tem como meta se reunir em alguns dias de outubro para garantir a pré produção.

Faz parte da propósta da oficina, provocar o pensamento crítico dos jovens a respeito do mercado cultural dentro do atual contexto, a democratização da informação e, mostrar na prática as alternativas de fazer cinema pelas próprias mãos. O intuito é dar continuidade ao projeto e formar núcleos autônomos que trabalhem em pról da rede produtiva da arte.

A oficina VIDE[O]VIDA vai fazer parte da etapa do Calango nas Escolas assim como vários ativistas culturais darão oficinas de diversos segmentos artísticos a partir dessa semana nas seguintes escolas: CEMA (04/10), EE João Brienne de Camargo (05/10), EE Zélia Costa (06/10), ICE (07/10).

O oficineiro representante da Cellula é o Felippy Damian.
Quem quiser mais informações envie sua dúvida para cellulanucleo@gmail.com

Resenha de Segunda – I Love You Phillip Morris (O Golpista do Ano) – Glenn Ficarra & Jhon Requa

19 de julho de 2010

Steven Russell (Jim Carey Yes SrA christma´s Carol) é um homem que descobriu cedo que era adotado, e numa tentativa de compensar o fato quis ser o filho perfeito, o marido perfeito, o homem perfeito, o policial perfeito, o pai perfeito, mas ninguém é perfeito, muito menos Steven. 
Após voltar de um encontro com um de seus amantes, esqueci de mencionar isso, Steven russell é gay, ele sofre um terrível acidente, e naquele momento tem o Insight de sua vida, e promete a si mesmo nunca mais viver uma mentira novamente, irá fazer o que quiser, quando quiser, e ninguém irá mandar em sua vida,assumir sua homossexualidade e ser feliz, mesmo que isso signifique largar sua mulher e duas filhas, mas segundo as palavras do próprio Steven “Ser Gay custa caro, e muito” e seu trabalho não lhe rende dinheiro suficiente para sustentar sua vida de enormes gastos e festas ou agradar seu namorado Jimmy (Interpretado pelo brasileiro Rodrigo Santoro300; Love Actually), então Steven vê uma saída, se tornar um Golpista. 

Entre um golpe e outro Steven acaba preso e conhece Phillip Morris (Ewan Mc GregorThe Island; Stay), que logo se torna o novo amor de sua vida, e por este homem Steven será capaz de fazer as maiores loucuras. Jim Carrey volta com sua atuação cômica fantástica, ao lado de Ewan McGregor que faz um homem tão doce e delicado que é o oposto de tudo aquilo que já vimos McGregor fazendo.Gleen Ficarra e John Requa criaram uma forma cômica de contar a história do maior Golpista que os EUA já conheceu, o ritmo corre rapidamente e sem perceber os 90 minutos de filme já se passaram. Diferente de Brokeback Mountain de Ang Lee ou do Milk de Gus Van Sant, onde o foco era a luta dos protagonistas por um espaço na sociedade que os oprimia por sua orientação sexual, I Love You Phillip Morris fala sobre as loucuras e peripécias de um homem que acreditava que fazia tudo que fazia porque precisava ser feito, o filme não é sobre sua sexualidade, Steven é decidido, é assumido e não vê problema em ser do jeito que é. O “Do the Dream”  escrito no cartaz é praticamente o lema de Steven, ele quer, ele sonha, ele vai atrás. I love you Phillip Morris é tudo isso e muito mais, além de uma ótima comêdia é também um ótimo romance, e um pequeno drama embutido atrás de cada sorriso, atrás de cada golpe, atrás de cada prisão, bem escrito, bem dirigido, I love you Phillip Morris, ou O Golpista do Ano, como quiser, é um filme que vale a pena ser assistido, seja por sua comicidade, por sua leveza, ou apenas por sua boa direção. 

Thales de Mendonça

Resenha de Segunda – The Imaginarium of Dr. Parnassus (O imaginário do Dr. Parnassus) Terry Gilliam

5 de julho de 2010

Me lembro da primeira vez que vi o poster deste filme no começo de 2009 e soube que queria assisti-lo, infelizmente, daí em diante em minhas andanças pela internet só encontrei textos que diziam que o filme não era nada mais do que um trabalho mediano de Terry Gilliam (Grimm Brothers, 12 monkeys) que se utilizaria da morte de Heath Ledger (Candy,Batman The Dark Knight) para conseguir um certo sucesso, visto que o filme deixava a desejar em todos os pontos. Confesso que desanimei um pouco com esta obra e acabei a deixando de lado por um tempo, mas assim que veio o trailer tempos depois, soube que não era qualquer obra mediana, e era um trabalho que não precisava se aproveitar da morte de ninguém para se sustentar, Parnassus era bom o suficiente por si só.

O filme conta a História de Parnassus (Christopher PlummerThe Last Station, The Lake House), um homem que fez uma aposta com o diabo (Tom Waits) para ter a imortalidade, e acaba conseguindo. Durante os eternos anos que se passam Parnassus e Nick (o coisa ruim) acabam fazendo diversas apostas e Parnassus que acreditava que nunca iria se apaixonar, acaba se apaixonando e sem pensar e formas de conquistar sua amada, se vê fazendo um novo pacto com Nick, sua juventude e mortalidade de volta, conquistar sua mulher amada, e em troca, caso Parnassus venha ter um filho, que a alma deste seria entregue a Nick quando fizesse 16 anos. Para Parnassus, era uma escolha simples, pois não esperava ter um filho, ou melhor, uma filha, a singela Valentina (Lily ColeRageSt. Trinians) e que agora, 16 anos depois, Nick realmente viria buscá-la.

Desesperado, e com medo de perder sua filha, Parnassus faz um novo pacto com Nick, o primeiro que conseguir seduzir cinco almas, fica com a garota. Então, com seu grupo de espetáculos itinerante, o “Imaginarium”,um espetáculo onde após atravessar um espelho, o espectador entra na mente de parnassus e descobre as maravilhas de seu próprio mundo imaginário, Parnassus corre contra o tempo na tentativa de salvar a alma de sua filha, e angariar as cinco almas necessárias. É no meio de todo esse processo que Tony (Heath Ledger) aparece, enforcado, em baixo de uma ponte. Bom orador, cheio de mistérios e disposto a não voltar a vida que tinha, Tony se junta ao espetáculo para ajudar Parnassus a completar sua mais nova missão. Somos então levados a uma série de mundos imaginários com escadas para as nuvens, sapatos do tamanho de arranha-céus, torres de alcaçuz, e muitas outras coisas inimagináveis, que só a cabeça de Terry Gilliam e Charles McKeown poderiam escrever. Com a morte de Heath durante o Processo Terry se vê obrigado então trazer outros atores para o Papel de Tony, o que não compromete a obra, visto que o fato de Tony mudar sua Face toda vez que atravessa o espelho, de certa forma, casa com o personagem e sua dualidade.
Assim Gilliam coloca Jhonny Depp, Colin Farrel e Jude Law, como algumas das facetas de Tony, este homem tão misterioso quando o próprio imaginário, tornando o filme assim mais interessante para quem o assiste. The Imaginarium se sustenta como obra, e mesmo com sua duração extensa, não cansa, pois envolve o espectador na maravilhosa atmosfera, que contrasta com o roto e esfarrapado exterior e o magnífico e colorido imaginário, nos deixando num enorme deleite visual de encher os olhos.

Por mais que Parnassus não tenha sido bem divulgado e ainda conte com a propaganda contrária, vale o ingresso e vale as duas horas na frente da tela, admirando o fantástico e encantador trabalho feito por Gilliam e todos os atores que estão fantásticos em seus papéis, recriando uma magia teatral nas telas, ao ver as luzes se apagar no cinema e as letras surgindo na tela ,é como se Gilliam falasse, Sente-se, acomode-se e seja vem vindo ao espetáculo.

Thales de Mendonça.

Resenha de Segunda – A festa da Menina Morta – Matheus Nachtergaele

29 de junho de 2010

Venho um pouco atrasado trazer a Resenha de Segunda para vocês, sabe como é dia de jogo do Brasil nada funciona  e tal, mas cá estou, hoje com  A festa da Menina Morta de Matheus Nachtergaele filme que será exibido neste sábado no Cine no Morro , no Morro da Caixa d´água velha.

Há 20 anos uma comunidade ribeirinha na Amazônia comemora a Festa da Menina Morta, festa essa que gira em torno de Santinho (Daniel Dantas), garoto que ficou conhecido quando recebeu da boca de um cachorro o vestido rasgado da menina desaparecida, e desde então recebe revelações da menina, que anuncia para os devotos no dia da festa. Dentre os devotos estão Tia (Ednelza Sahdo) e Das Graças (Conceição Camarotti) duas senhoras que vivem na casa do rapaz, lhe fazendo comida, limpando a casa e aturando os rompantes de raiva do rapaz, que tem uma série de manias e aspirações ao estrelismo devido a ser o centro das atenções de toda a comunidade.

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Futebol, consciência e o loco mau.

28 de junho de 2010

“Eu sou brasileiro e não desisto nunca” foi uma coisa bonita que eu aprendi com o Ronaldo fenômeno. Segundo Sócrates, não o grego, mas sim o meia direita que tem mais importância no Brasil, que sábio filosofo ateniense… Opa! Voltando. Sócrates disse que para os clubes (a elite) não interessa que os jogadores tenham acesso à educação. Seria muito perigoso o Romário falando: aí peixe, é preferível morrer pelo fogo em combate do que em casa de fome. E pronto. Teria se iniciado a revolução no maior país da America Latina. O povo gosta do Ronaldo porque se identifica com ele. O cara passou por três cirurgias que deveriam ter acabado com a sua carreira, mas não acabaram. É o espelho que povo precisava para não desistir, jogar a toalha. Mas como Ronaldo pode ter tanta influência? O futebol está no meio do palco. Todos no coliseu estão vidrados acompanhando todos os atos mais minuciosos do seu grande gladiador. Todos.

O esporte bretão ganhou uma dimensão imprevisível no mundo, e em nenhuma outra cultura poderia se adaptar tão bem quanto na nossa. O rei do Brasil é negro, nada mais digno, Rei Pelé, graças ao futebol. E logo a elite dominadora percebeu que podia fazer dos estádios de futebol o coliseu dos nossos dias. Se pudéssemos então parafrasear Marx como Romário parafraseou Fidel, diríamos que o futebol é o ópio do povo. Agente entorpecente a fim de anestesiar a dor levando, mesmo que por apenas noventa minutos, o brasileiro à um outro nível, ao império da bola.

Sócrates teve voz, mas os outros, acostumados ao tronco, se calaram. Doutor Sócrates contribuiu para as Diretas Já, que culminou na derrocada da ditadura. Ele soube usar bem a credibilidade que conseguiu com o calcanhar. Na copa do mundo as coisas pioram um pouco. Quase nenhum jogador tem potencial intelectual para fomentar a consciência do povo, mas crianças olham para eles, babando. Por que iriam para escola se seus ídolos não foram? A elite não deixou que estudassem. Estudar para ter um salário de fome ou jogar bola e ir à forra na corte? São perigosos os que falam por essa elite. Tome cuidado com o loco mau, ele fala na TV que a economia vai bem e que sua geladeira está mentindo para você se não tiver o que comer. Diz que deve torcer com afinco para o Brasil ser campeão senão não é filho da mãe gentil.

Raul Seixas declarou: “esse caminho que eu mesmo escolhi… vou ficar maluco beleza”. Ser maluco para ele era uma opção, já o loco mau foi cauterizado aos poucos para se tornar assim, nem sabe onde esta. Tenho dó. O loco mau torce para a CBF na copa do mundo, tem uma vulvuzela verde e amarela na mão e seu ídolo é o Ronaldo. Ser maluco não é um problema e, na verdade, ter consciência é loucura. É mais fácil ser feliz sendo alienado, por isso o loco mau é feliz e ele está comentando o gol do Luis Fabiano. Enquanto isso, no mundo real, crianças ainda passam fome, fome de comida, de cultura e educação. Homens se matam para disputar alimento com os urubus nos lixões e na fila do pronto socorro… goooool! Apagam-se as luzes, abrem-se as cortinas, uma bela voz apresenta o espetáculo. Pareço me lembrar, é o loco mau.

texto por Felippy Damian
ps: resenha de segunda fica pra amanhã excepcionalmente por conta da copa, é a copa né gente. rs

Vídeos Convenção PSDB

27 de junho de 2010

vídeos realizados pela equipe de Web na Convenção do PSDB com depoimentos de Álvaro Dias e Wilson Santos.